25 de jul. de 2010

Pintura em escaiola - Igreja do Rosário - Mococa - SP.

A Igreja do Rosário, Mococa, SP, foi construída em 1921, após a demolição da "Matriz Velha" em 1919. Projeto efetuado em estilo eclético do arquiteto italiano Gherardo Bozzani, a pedido da família de Francisco Garcia de Figueiredo, por devoção de sua esposa Dª Iria Josepha da Silva.

 Seus elementos construtivos seguem o padrão da época, com  espessas paredes de alvenaria de tijolos assentados com argamassa de cal, areia, erguidas continuadamente sem execução de baldrames.
Internamente as paredes receberam uma faixa decorativa (chamada de dado) executada com a técnica de escaiola, presente também em suas colunas e pilastras.
 Esta técnica era realizada sobre o suporte (parede) com  reboco de massa fina; composto  de argamassa de cal e areia, sobre o qual, enquanto ainda úmido, fazia-se a pigmentação e os veios de imitação do mármore. Após secagem era polido com aplicação de sabão marselha ou cera, espatulado com ferros frios ou quentes, formando-se uma superfície extremamente lisa e brilhante.
No caso da Igreja do Rosário esta pintura em escaiola encontra-se em bom estado de conservação, apesar de apresentar uma grande expulsão de sal, porém com pouca perda de suporte, o que se nota apenas em partes do rodapé.

Um dos maiores problemas enfrentados na conservação dos edifícios antigos, é sem dúvida alguma a umidade ascendente por capilaridade: a umidade do solo vai subindo pelo interior das paredes. Este fato é agravado ainda mais pelo uso indevido de tintas plásticas à base de PVA, o que torna a "transpiração da parede" impossível, daí sobrevindo a cristalização dos sais, sob a forma de criptoflorescências nas partes mais fracas, normalmente o reboco interno (chamado de esboço). Estes sais promovem a degradação e pulverização dos rebocos e das pinturas a ele anexadas. O ideal para a pintura destes edifícios é a utilização de tintas minerais, a cal e à base de silicatos.
Nas fotos exibidas podemos notar as degradações causadas pela salinidade e como estamos efetuando um tratamento de escarificação e retirada da mesma, para posterior restauro e reintegração pictórica pontual.





Este trabalho é demorado e meticuloso, pois trata-se de uma remoção mecânica, usando-se poucos recursos de limpeza química, para evitar o máximo a ingerência indevida de produtos agressivos à pintura e seu suporte.
Estaremos postando mais detalhes conforme a realização da conservação e do restauro.

Pimentel

Mococa-SP.julho/2010

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